Avisos

PARADOXOS


Cabe ressaltar que o  texto abaixo retrata o meu ponto de vista. Respeito o seu.

Bastaram algumas pequenas manifestações dos militares, até então quietos diante do nefasto cenário político nacional, para provocar imediata reação de bandeiras vermelhas incrustadas nas universidades e na imprensa falada e escrita, suas velhas trincheiras de sempre.

- Para quem não sabe, há um projeto intitulado EXÉRCITO  VAI ÀS ESCOLAS, elaborado pela Secretaria Estadual de Educação do RS em conjunto com o Comando Militar do Sul, sediado em Porto Alegre. O projeto consiste em promover atividades esportivas, palestras e  aulas de civismo ministradas por militares, inicialmente em cinco escolas do ensino médio da rede estadual situadas na capital e, posteriormente, em escolas dos demais municípios do estado. Sobre o assunto, o historiador e Doutor em educação pela UFRGS JORGE BARCELLOS escreveu um artigo, sob o título PEDAGOGIA MILITAR, o qual foi publicado no final de julho deste ano pelo jornal Zero Hora. Embora a publicação já tenha algum tempo, insere-se nos paradoxos que quero ressaltar, ocasionados pela crescente apreensão que alguns setores da sociedade vêm manifestando quanto à possibilidade do que chamam de outro “golpe militar”. No artigo, JORGE BARCELLOS faz referência ao blog do Exército que, segundo ele, defende um “ambiente estratégico do futuro”. Ainda segundo o autor, a entrada dos militares nas escolas “sugere a tentativa de inculcar a mentalidade de defesa na juventude”, ou seja “militarizar a consciência dos jovens”. Ora, acaso o oposto disso já não vem sendo feito ao longo da história pela ala vermelha? A infiltração da esquerda no meio estudantil e a cooptação de professores e alunos para a causa socialista global nunca houve? Ora, convenhamos! Ainda que as considerações do autor sobre o projeto fossem verdadeiras, de um lado pode, do outro não?

 - Outro fato que causou chiliques  foi o discurso do general Mourão, proferido recentemente (setembro/ 2017) em loja maçônica, no qual o general enfatizou a atenção com que os militares acompanham o agravamento da crise institucional e política que estagnou o país de dois anos para cá. Em seu pronunciamento, o general não descartou a possibilidade de uma intervenção militar, ainda que, no meu entender, como última hipótese. Isso bastou para arrepiar o pelo de velhas raposas, mestras na arte de manipular mentes e distorcer a verdade em favor de seus objetivos. O jornalista e radialista RICARDO BOECHAT, do GRUPO BANDEIRANTES, fez questão de esculachar publicamente o general e de chamar os militares de ladrões, em rede nacional e nas redes sociais. Infelizmente para ele sua empolgação com alguns prêmios recebidos elevou seu  índice de vaidade pessoal a um nível capaz de lhe tirar  toda a credibilidade.  Sua crítica, apesar de maldosa, não tem qualquer consistência e não aponta senão a dilatação do seu próprio ego.

Ainda em reação ao mesmo fato, o diretor editorial da revista ISTO É, CARLOS JOSÉ MARQUES, classificou o discurso do general como “a maior e mais explícita ameaça à ordem constituída, desde os tempos da tutela armada”. Aí pode-se questionar: E essa baderna  que está aí, não é ameaça? E, cá entre nós, que ORDEM CONSTITUÍDA? Essa coisa fétida em que a cúpula do país chafurda há mais de dois anos, sem um pingo de respeito pela nação? Essa podridão que estourou agora mas que já provou ter raízes que laceram há mais tempo a carne, a mesa e o bolso dos brasileiros? Refere-se a isso como ORDEM CONSTITUÍDA? O que seria  desordem, então?

Como já disse antes, não acho que os militares queiram capitanear esse barco afundando. Mas que tem gente preocupada, tem.



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