Avisos

ESTRATÉGIA NAPOLEÔNICA


Muito bem, digamos que o gigante tenha acordado, diga-se de passagem, bastante mal-humorado. Há coisas que a história prova e comprova. Uma delas é que os maiores avanços da humanidade ocorrem em situações de crise. Mas para que qualquer avanço comum aconteça, é necessário organização e liderança em torno de um objetivo definido. Liderança capacitada e séria, não apenas mais alguém querendo levar vantagem. Tem de haver um foco ou, já que o leque de reivindicações importantes é tão vasto, pelo menos um ponto de partida. Não adianta caminhar  às cegas,  protestando dia após dia contra tudo.   Para cada "Não!", tem de haver um sim, ou seja,  para cada situação que a população rejeita com tanta veemência, é necessário que se saiba a nova situação pretendida. É preciso que o povo saiba o que quer, não apenas o que não quer. Se líderes de movimentos populares estão sendo convocados em cada instância para debater mudanças, é hora de sentar e expor o que se quer. E se não estão sendo convocados,  que exijam sê-lo desde que com uma pauta definida.

Essa conversa de que o "governo apóia as manifestações democráticas" é de um cinismo sem proporções. O povo se uniu, se tornou forte e o governo precisa dividi-lo. Acima da empolgação com a união popular demonstrada, é necessário raciocinar. Cada manifestação gera um desgaste. Há o risco inerente de que uma parcela da população comece a se sentir incomodada com as  manifestações, o que dividiria o povo. Isso é tudo que o governo precisa. Não é necessário ser paranóico para imaginar que talvez mais protestos estejam sendo incentivados, para que esse descontentamento aconteça e o povo se divida. Estratégia napoleônica, ou seja, dividir para depois abater. Parece-me que, por hora, a POSSIBILIDADE de novas manifestações e o fator inquietante da vigilância popular sobre o governo podem funcionar melhor do que mais protestos. Depois sim,a cada reivindicação não atendida, povo nas ruas. 



Miro Saldanha | Música Gaúcha com cara de Brasil
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