Músicas

Pedaços

Lançado em dezembro de 2011, o CD “Pedaços” segue a linha dos trabalhos anteriores, sendo mais um disco autoral que tem como principal característica o toque urbano-rural. Além de trazer temas tipicamente ligados à cultura gaúcha, este CD contém faixas que reforçam a proposta inclusiva que marcou os trabalhos anteriores, abordando a dura realidade urbana na visão do homem do campo. Misturadas às faixas genuinamente gaúchas, há temas voltados mais especificamente para determinados seguimentos sociais, como o jovem e o idoso. Entre outras, destacam-se as faixas RETRATOS DE UM POVO, PEDAÇOS e SEM VOLTA. A primeira ressalta as origens da nossa cultura, a história do povo gaúcho presente nas gravuras, em velhos quadros e retratos em preto e branco; PEDAÇOS é mais um contundente apelo ao resgate dos valores da família, desgastados pelo consumismo; finalmente, SEM VOLTA é uma letra impactante que busca evitar a entrada de jovens no caminho do vício. Também merecem destaque, VALORES e NA MELHOR IDADE, esta uma divertida mensagem dirigida a quem já virou dos setenta.

Recomendamos para quem, além da boa música, aprecia um bom conteúdo.

Gravadora Vertical


Músicas deste disco

Clique sobre o nome da música para saber mais sobre ela. Este espaço tem o objetivo de proporcionar aos interessados, com palavras do próprio autor, uma rápida ideia sobre o conteúdo das letras, desde o tema até o objetivo e/ou a intenção com que cada uma delas foi concebida.

  • 01. Retratos de Um Povo

    01. Retratos de Um Povo

    Conteúdo da letra

    Foi composta a partir de uma crônica que me foi enviada por um amigo e ex-aluno, escrita pelo cineasta e jornalista Arnaldo Jabor. Nela, o cronista se manifesta admirado com o alto grau de civismo do povo gaúcho, bem como com o respeito e a união que têm os gaúchos em torno de seus valores, usos e costumes. Em um evento em Porto Alegre, afirma ter ficado pasmo com o fato das pessoas saberem o Hino Riograndense de cor, de cantarem-no em pé, e de oferecerem chimarrão a uma pessoa praticamente estranha, como ele.

    A letra aponta  as origens desse sentimento tão forte que nós, gaúchos, temos pela nossa terra, e o nome vem daqueles retratos antigos que algumas famílias tradicionais costumam manter nas paredes dos seus ranchos. São normalmente mostrados com orgulho, por retratarem antepassados que lutaram nas guerras que marcaram nossa história. As pessoas costumam comentar: "esse era meu bisavô, lutou em 35..."  Esse era meu avô, lutou ao lado de Bento Gonçalves, etc... 

    01. Retratos de Um Povo

    (Letra e Música: Miro Saldanha)


    É desse que aparece aí, montado,
    que vem parte do legado que herdaram os avós.
    Foi essa cepa antiga, linha dura,
    que forjou essa cultura que chegou até nós!

     

    É desse quadro antigo que eu te falo,
    dos lanceiros a cavalo num medonho escarcéu;
    É desses, cuja farda foi um pala
    e algum buraco de bala transpassando o chapéu!

     

    É um povo que, no campo ou na cidade,
    fez a própria identidade com uma cuia na mão;
    que leva ao mundo a história farrapa,
    põe o dedo sobre o mapa e mostra: este é o meu chão!

     

    REFRÃO:


    É dessa linhagem, fibra e coragem dos ancestrais,
    que vem um povo altivo que mantém vivos seus ideais!
    É a gente farrapa, do fim do mapa, Sul do Brasil!
    Velha cepa gaúcha; lança e garrucha, adaga e fuzil.

     

    São homens de um civismo um tanto raro
    e um sotaque muito claro que não há outro igual;
    e um jeito que, aos mesquinhos, incomoda,
    mas o mate segue a roda sem mudar seu ritual.

     

    É raça que hoje vive enraizada
    numa Pátria encravada noutra Pátria maior.
    É um tipo que ama o chão onde pisa,
    põe a mão sobre a camisa e canta o Hino de cor.

     

    É esse ai, no canto do retrato
    que faz parte do relato que a história escreveu!
    E dessa estampa bugra, em preto e branco,
    vêm este sorriso franco e esse jeito que é meu!

     

    REFRÃO (bis)
    .......

  • 02. Malmequer

    02. Malmequer

    Conteúdo da letra

    O malmequer é uma flor da família das margaridas, crisântemos e girassóis. Reza a lenda que, ao se retirarem as pétalas, uma a uma, faz-se uma pergunta a cada uma delas, alternando-se "bem-me-quer?" para uma, "malmequer?" para outra. A última pétala traz a resposta consigo, embutida no próprio teor da pergunta. Se for bem-me-quer, significa que o amor é correspondido, o que não ocorre se a última pétala cair no malmequer. Não encontrei qualquer registro cronológico que me permitisse situar a época e a origem da lenda que aposta em tão singela fórmula para descobrir o amor. O fato é que ela teve alto índice de popularidade, principalmente entre as mulheres. Em tempos em que a pureza era maior, elas apostavam sua felicidade futura nas inocentes pétalas de uma simples flor do campo chamada malmequer. Bons tempos!

    Procurei retratar essa pureza no seu cenário original, o campo, mas, para não ser demasiado fantasioso, mesclei-a com um desfecho um tanto amargo, mais condizente com a realidade dos dias atuais.

    02. Malmequer

    (Letra e Música: Miro Saldanha)


    O sol se espreguiça, no leito da tarde,
    por sobre o braseiro do dia que foi;
    lá vem o tropeiro, no rastro do gado,
    gritando: Eira boi!

     

    Um beijo marcado de flor e de poeira,
    por sobre a porteira que ao rancho conduz,
    e dois olhos matreiros, repletos de sonhos,
    ganham nova luz!

     

    REFRÃO


    E o riso se solta, num som cristalino,
    e a moça se encanta com o beijo na flor;
    como histórias tantas, que escreve o destino
    em nome do amor.


    Mais um desses sonhos de quase menina,
    presos na retina de um corpo mulher,
    em que alma voa e a flor determina:
    “mal ou bem-me-quer”.

     

    Mas vai-se a figura do homem montado,
    no rastro do gado, na estrada de chão;
    um beijo jogado por sobre a porteira;
    depois, solidão!

     

    E a lágrima rola na face sofrida;
    pétala caída de uma flor mulher
    que indaga da vida, pra a flor já sem vida:
    “mal ou bem-me-quer?”.

     

    REFRÃO (bis)
    .......

  • 03. Pedaços

    03. Pedaços

    Conteúdo da letra

    É uma milonga simples, que busca ser um instrumento de luta contra o desmantelamento familiar, tão em voga nos dias de hoje. A família é a célula mater de qualquer esboço social. Sem ela, simplesmente não há sociedade.Vivemos a era do corpo e do consumismo, em que os casamentos, quando ocorrem, já têm um certo prazo de validade. Vencido esse prazo, deixam sequelas e, muitas vezes, frutos carentes de troncos, de exemplos e de referências.   Essa questão precisa ser repensada, para que haja um realinhamento de valores na sociedade e a família volte a ser considerada com a seriedade e a importância que merece a vida. 

    03. Pedaços

    (Letra e Música: Miro Saldanha)


    Faz tempo que o homem navega sozinho,
    cortando caminhos por mares bravios;
    os ranchos são barcos cheios de incerteza
    que ostentam, à mesa, lugares vazios.

     

    Vaidades campeiam por telas e espelhos,
    e os sábios conselhos de quem nos criou,
    por falta de uso, o tempo desgasta
    e a gente se afasta do que acreditou.

     

    REFRÃO:


    Mas eu não abro mão do abraço
    e nem da proteção de Deus!
    Se a vida me arrebenta o laço,
    eu tranço os pedaços,
    pra exemplo dos meus!
    E quem orienta minha sina
    me pôs na mão a crina e a fé;
    mantém firme o bocal no queixo,
    o mundo no eixo e a honra de pé.

     

    Porque a mente esquece o que a pena não lavra
    e própria palavra perdeu o valor,
    sem porto seguro, paixões vêm à tona
    e um lar desmorona por falta de amor.

     

    Impera o consumo e não pede licença;
    já não há mais crença em qualquer religião;
    e as luzes que restam, das poucas famílias,
    já são como ilhas na escuridão.

     

    REFRÃO

     

    Da minha trincheira eu encampo essa guerra,
    riscando na terra o que diz a lição;
    aparando os golpes com o corpo oitavado
    e os pés bem postados, cravados no chão.

     

    No seio daqueles que são minha gente,
    eu planto a semente, cobrindo com a mão.
    Mesmo que eu não colha o fruto maduro,
    num tempo futuro, outros colherão.

     

    REFRÃO (bis)
    .......

  • 04. Quando o Assunto é Amor

    04. Quando o Assunto é Amor

    Conteúdo da letra

    É um xote de letra leve e alegre, cujo único compromisso maior é alegrar o disco. Nas entrelinhas, traz um pequeno lembrete da importância da responsabilidade que se tem com a seriedade para com o próximo, de cujo carinho somos ou seremos alvo.

     

    04. Quando o Assunto é Amor

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Moça do rosto bonito,
    com ar de jovem senhora,
    foi o amor, acredito,
    quem me trouxe aqui agora;

     

    o que eu queria ter dito,
    ensaiei mais de uma hora;
    mas, quando o peito ‘tá aflito,
    a cabeça não decora.

     

    Não gosto, mas admito
    que a coragem foi embora.

     

    REFRÃO:


    Mas tenho lá meus critérios, morena;
    provo, se preciso for,
    que não há homem mais sério
    quando o assunto é amor!

     

    Meu discurso estava pronto;
    tinha o gosto do licor;
    vocabulário no ponto,
    como um verso pra uma flor.

     

    Mas, tem que dar o desconto;
    nessa hora dá calor;
    o mais fraco fica tonto,
    o mais forte perde a cor

     

    e o vigário esquece o conto,
    quando o assunto é amor!

     

    REFRÃO:

     

    Sei que deves ter pensado
    que eu não sou o que pareço;
    que o que a vida tem negado,
    certamente eu não mereço.

    Reconheço meu passado.
    Muita coisa eu já conheço,
    desse caminho quebrado
    onde um carinho tem preço;

     

    já vi santo no pecado
    e o direito pelo avesso.

     

    REFRÃO (bis)


    .......

  • 05. A Vida é a Diferença

    05. A Vida é a Diferença

    Conteúdo da letra

    É endereçada aos jovens, na tentativa de conscientizá-los do valor da vida, essa frágil centelha que nos habita olhos e que podemos apagar, mas não sabemos reacender. Na letra eu comparo os olhos de uma boneca aos olhos de uma criança.Por mais lindos que sejam os olhos da boneca, não têm o encanto que têm os olhos da criança, exatamente porque lhes falta o brilho da vida. Esse brilho é divino. Podemos apagá-lo, mas jamais devolvê-lo.

    05. A Vida é a Diferença

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Ei! Tu! Tu que queres ver o mundo antes que os outros te contem;
    que o amanhã seja ontem, que o futuro seja agora;
    alguém que já foi embora te pede: toma cuidado!
    E, por tudo o que é sagrado, não joga tua vida fora!

     

    Chega junto da janela, menino!
    Vem sentir a boa nova no ar!
    Há um tesouro escondido num lugar teu conhecido.
    Vim pra te mostrar!

     

    Permite que eu desmonte, menino!
    Quero, ao meu cavalo, dar de beber!
    Dessa paz que habita os montes, aprendi com as fontes,
    quero te dizer!

     

    Esse tesouro que eu falo, menino,
    É a obra-prima do Criador.
    Um luta por ele e chora, enquanto outro o joga fora,
    sem lhe dar valor!

     

    REFRÃO:


    É preciso que se entenda do que é que falam os sinos;
    que desse toque de magia só a mão divina é capaz;
    e que esse brilho que há nos olhos é diferença, menino,
    que a vida tem, que a vida faz!
    Que essa frágil chama acesa é a diferença, menino,
    entre o escuro da descrença e a fé que recompensa o devoto;
    e entre a lágrima que rola no calor do abraço, menino,
    e a dor do pranto no frio da foto!

     

    Quem me pediu que viesse, menino,
    Já, faz tempo, desse pago mudou;
    mas mandou alguns exemplos do tesouro que há no templo
    que Ele te deixou:

     

    olha ali naquele pátio, menino,
    a boneca esquecida no chão;
    parece um brinquedo caro; os olhos, de um azul tão raro,
    brilham num clarão;

     

    Agora, olha a criança, menino!
    Repara nos olhos cheios de amor!
    Vê que o brilho vem de dentro, de algum ponto lá no centro,
    muito além da cor!

     

    REFRÃO


    .......

  • 06. Valores

    06. Valores

    Conteúdo da letra

    Aborda exatamente os valores que são o sustentáculo de qualquer sociedade, nos quais não se deve deixar de acreditar nunca.

    Obs: Essa letra foi gravada com erro. Normalmente o intérprete canta lendo, preocupando-se em imprimir  emoção e sentimento à intepretação e não em decorar a letra.  Como a letra estava impressa errada, acabou sendo gravada com a  palavra "história"  rimando com ela mesma, involuntáriamente.  

    A letra correta é:

    "Eu ainda creio que existe inocência;

    Creio na decência, em luta e vitória.

    Creio em nossa GLÓRIA, gravada em brasões;

    E a voz dos galpões me deu mil razões para crer na HISTÓRIA

     

    06. Valores

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Eu ainda creio que existe inocência.
    Creio na decência, em luta e vitória.
    Creio em nossa história, gravada em brasões.
    E a voz dos galpões me deu mil razões para crer na história.

     

    Eu creio no céu, no poder da prece;
    que o justo merece o sono profundo;
    na luz, lá no fundo; na fé dos ateus,
    no amor dos meus e na mão de Deus governando o mundo.

     

    REFRÃO


    Eu creio no verbo derrotando a lança;
    que a mentira cansa dos caminhos retos.
    Eu não deixo herança em bens de consumo;
    só uma cruz no prumo, mostrando o rumo aos filhos e netos.

     

    Eu ainda creio na amizade pura;
    que o céu tem a cura pra todas as dores.
    Creio nos valores, nos homens de fato;
    que a palavra é um ato que firma um trato entre os senhores.

     

    Eu creio nos homens de mirada franca;
    que a verdade branca se diz pela frente.
    Creio na semente, no suor da labuta,
    no poder de luta e na força bruta da nossa gente.

     

    REFRÃO
    ......

  • 07. Lírios e Abelhas

    07. Lírios e Abelhas

    Conteúdo da letra

    É um tema social, que foi escrito para um festival gaúcho centrado no cooperativismo. O nome vem do romance Olhai os Lírios do Campo, de Érico Veríssimo, concebido e escrito na década de trinta, quando o ambiente literário estava impregnado de idéias socialistas. Entre outras coisas, a letra cita o título do romance e concita à reflexão sobre um dos maiores exemplos de trabalho cooperativo: as colmeias.

    07. Lírios e Abelhas

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Faz parte da cultura popular;
    é só olhar pra ver;
    vem da sabedoria milenar,
    plantar, depois colher.

     

    A história tem gravado, em seus anais,
    heróis e odisséias;
    mas não registra guerra entre animais,
    nem fome nas colméias!

     

    REFRÃO:


    Olhai os lírios do campo
    e o exemplo das abelhas;
    que a semente só germina
    no suor de quem ajoelha!
    Quando o ombro encontra o ombro,
    a colheita é mais parelha!
    Se a mãe terra mata a fome,
    Não há lobos nem ovelhas!

     

    Quando o bom não for visto como bobo,
    tiver a voz e a vez,
    o Pastor unirá cordeiro e lobo,
    tal como sempre fez!

     

    A tríade da terra voltará:
    homem, arado e boi!
    E a fartura do trigo, então, será
    tal como sempre foi!

     

    REFRÃO


    .......

  • 08. Na Melhor Idade

    08. Na Melhor Idade

    Conteúdo da letra

    Essa retrata o perfil do velhinho safado, no qual muitos se enquadram. É divertida e normalmente agrada às cabeças brancas.

    08. Na Melhor Idade

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Diz a experiência e eu declaro, de fonte segura,
    com base na ciência e amparo na literatura:
    quem bebe com pressa confessa, não bebe água pura;
    e a boa vida começa é depois de madura.

     

    Tenho um parente que ficou muito contente em saber:
    só bebe “água benta”, tá virando dos oitenta e quer viver;
    cai no agito, olha tudo o que é bonito e quer ter;
    chega e entra no bando, pagando pra ver!

     

    REFRÃO (bis)


    E “Vamo que vamo”, que o balanço é venenoso
    e é gostoso de dançar!
    Cola o corpo, que esse embalo é perigoso.
    Sou idoso! Não posso escorregar!

     

    Em casa é só queixa; não perde uma deixa se lhe dão;
    gasta fortunas, tratando a coluna e o coração;
    aguinha e remédio pra a gota, pra o tédio e pra a pressão;
    mas sai disfarçando e dançando com o copo na mão.

     

    À noite, seu povo não sabe, de novo, onde ele está.
    Manda o neto e o bisneto pra ver o que é que há!
    Vovô, “manera” que a vovó tá uma fera, por lá!
    ‘Tava saindo e, por certo, tá vindo pra cá.

     

    REFRÃO (bis)

     

    Se tem mais gente, e ele sente que a barra tá pesada,
    cai logo na cama e reclama das pernas cansadas!
    Fareja gandaia, rabo-de-saia e gelada,
    sai na surdina e, na esquina, não sente mais nada.

     

    E quem sobe e desce, do eito conhece o caminho!
    Sabe falar e tem um jeito de chegar devagarinho.
    Diz que ‘tá carente, meio doente e sozinho;
    encosta, sai deslizando e falando baixinho.

     

    REFRÃO (bis)


    .......

  • 09. Sem Volta

    09. Sem Volta

    Conteúdo da letra

    É uma letra forte, que busca dissuadir jovens tentados a entrar pelo obscuro caminho do vício. Foi concebida para ser um clip, por isso tem tantos efeitos de áudio. Tem sido utilizada como ferramenta em palestras para jovens em centros de recuperação. 
    A letra retrata o diálogo entre dois jovens começando a se desviar, mas ainda na fase dos pequenos delitos. Assustado, o mais novo quer desistir e expõe suas razões, citando as consequências do que ambos já fizeram, mas é impedido pelo mais velho que o ameaça com uma arma e acaba por matá-lo. 

    O jovem é, sem dúvida, o segmento social mais difícil de atingir, porque quer fazer suas próprias escolhas, inclusive, naquilo que ouve. Mas se a música contribuir para salvar um em um milhão, já terá valido a pena.

    09. Sem Volta

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Esta imagem sombria pela vida me acompanha;
    numa linguagem estranha, que eu não entendi a metade,
    vi um menino na cidade, com a voz ainda mudando,
    dizendo, meio chorando, pra um outro de mais idade:

     

    "Perdão, amigo! ‘Tá me dando medo! Eu já não sinto nada quando fumo!
    Esse cano não é mais de brinquedo e eu não tô gostando desse rumo!
    Eu sei que, lá no trecho, a vida é dura; mas aqui dentro é tudo tão escuro!
    Aonde foi parar essa loucura que a gente começou pichando muro!

     

    REFRÃO:


    Quem sabe ainda é tempo, vem comigo! A gente foi amigo até agora!
    Se for pra sair dessa eu tô contigo! Se preferir ficar, então, tô fora!
    A pena é leve, a gente se comporta; abaixe a arma, não me olhe assim!
    Os hômi tão chegando, pedalando a porta! Não vai adiantar nada atirar em mim!

     

    Perdão, amigo, se estraguei a cena! Se eu fui fraco e não forcei a mina!
    Se a luz nos olhos dela me deu pena porque era pouco mais que uma menina!
    Se o caso da madame não deu crime; se ela gritou e se abraçou no filho;
    e, assim, eu fiquei fora do teu time porque o dedo tremeu sobre o gatilho.

     

    REFRÃO


    Quem sabe ainda é tempo...

    Olha o Tavinho! Filho de bacana...! Na Boca dele, ele fazia as leis;
    mas se enterrou ai, devendo grana, e apagaram o cara, aos dezesseis!
    O Zeca escondeu pó dentro do forro; deixou o bando assim, de bico seco.
    Encomendaram ele lá no morro e o corpo tá caído ali no beco!

     

    REFRÃO


    Quem sabe ainda é tempo..."

     

  • 10. Idas e Vidas

    10. Idas e Vidas

    Conteúdo da letra

    É assim mesmo, não Idas e "Vidas" e não Idas e "Vindas".  Trata-se de uma homenagem a Almir Sater, centrada na viola de 10 cordas. É quase uma reprodução de uma conversa que tive com ele, quando o conheci em Palmeira das Missões. Prometi a ele que escreveria essa música, mas só gravei bem depois.

    10. Idas e Vidas

    (Letra e Música: Miro Saldanha)
    (Homenagem a Almir Sater)


    Miro Saldanha

     

    Um anseio no peito, um sonho na sacola;
    um abraço sem jeito, com gosto de fim;
    um acorde perfeito no bojo da viola
    e um caminho que é feito pra mim.
    Mas quem não se apega ao que lhe nega a vida,
    esquece as feridas e aprende, na estrada,
    que a lágrima rega os olhos na partida,
    na certeza da entrega na chegada.

     

    REFRÃO:


    Quem andar comigo, de perto verá
    que o pouco que eu tenho é o que vida me dá;
    quem me vê partindo, por certo dirá
    que alguém de onde eu venho me espera por lá!

     

    Quem clama o direito à felicidade
    carrega pra o leito, nas noites de frio,
    um sonho desfeito, pra sentir saudade,
    e um lado do peito vazio.
    Mas, se a vida é um laço que arrasta a gente
    e o destino é um traço na palma da mão,
    basta abrir os braços e olhar pra frente
    que outros abraços virão!

     

    REFRÃO (bis)


    .......

  • 11. Terra Morta

    11. Terra Morta

    Conteúdo da letra

    Terra morta aborda o aquecimento global e a crescente preocupação com esse tema. A letra retrata como essa preocupação seria na visão rude do homem do campo, que vive da terra e dela depende, imaginando a terra sedenta, árida e improdutiva, incapaz de promover a vida.

    11. Terra Morta

    (Miro Saldanha)

    O campo se veste de negro, na noite de ronda,
    enquanto uma angústia me sonda, querendo saber;
    o vento repete a pergunta, por mais que eu me esconda;
    porém, o que quer que eu responda não vai responder.
    Meu Deus,  será mesmo verdade o que diz essa gente?
    Que o sol se fará bem mais quente a cada amanhecer?
    Que a terra se abrirá de sede, tragando a vertente
    até que nenhuma semente possa florescer?

                     Refrão

    Se o pranto que cai das figueiras, ao som de uma serra,
    calar os que vivem da terra e o meu sabiá;
    se a água, que é fonte de vida, for causa de guerra,
    valha-me Deus, que será?
    De que nos valerão avanços, por sobre destroços?
    Se o solo negar o pão nosso, nada adiantará!
    Se as cercas cercarem apenas rebanhos de ossos,
    valha-me Deus, que será?

     x.x.x.x

    O gado rumina em silêncio, meio sonolento,
    e o tempo vai passando lento, como por prazer!
    O cheiro do pasto queimado chega pelo vento
    e o rumo dos meus pensamentos quase dá pra ver.
    Quem colhe do ventre da terra tudo o que semeia,
    do útero seco da areia, nada vai colher!
    Quem trás uma tropa nos olhos e um campo nas veias
    dependerá de mãos alheias pra sobreviver!

                     Refrão

    Se o pranto que cai das figueiras, ao som de uma serra,
    calar os que vivem da terra e o meu sabiá;
    se a água, que é fonte de vida, for causa de guerra,
    valha-me Deus, que será?
    De que nos valerão avanços, por sobre destroços?
    Se o solo negar o pão nosso, nada adiantará!
    Se as cercas cercarem apenas rebanhos de ossos,
    valha-me Deus, que será?
    valha-me Deus, que será?
    valha-me Deus!

  • 12. Buscas

    12. Buscas

    Conteúdo da letra

    É uma letra leve e romântica, cujo nome diz tudo. É uma caminhada constante, em busca de uma amor que,às vezes, está bem perto e só é percebido quando o perdemos.

    12. Buscas

    (Letra e Música: Miro Saldanha)

     

    Eu, quando criança, contava estrelas
    no meu mundo encantado;
    namorava uma e sonhava ir vê-la,
    num cavalo alado;
    e, na tua ausência, me fiz caminhos
    rumo ao sonho de infância;
    deixei mate pronto e o sabor dos vinhos,
    pra beber distâncias.

     

    REFRÃO


    De andanças, perdi as contas;
    dos sonhos, o que será?
    Da estrada, juntei as pontas;
    por isso, voltei pra cá!
    Mas sei que o destino aponta
    pra onde o amor está;
    se eu deixar a mala pronta,
    eu saio cedo e chego cedo lá!

     

    Mas o vento frio já varreu, da estrada,
    todas as folhas mortas;
    e o sol me mostrou as tuas pegadas,
    bem na minha porta!
    E quando o sabiá cantar, no salso,
    cantos de primavera,
    eu vou partir, de novo, em teu encalço;
    pra ser como era.

     

    REFRÃO


    .......

     



Miro Saldanha | Música Gaúcha com cara de Brasil
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